Ao se filiar ao nanico PSL, o deputado e pré-candidato ao Planalto Jair
Bolsonaro (RJ) disse nesta quarta-feira (7) que vai se empenhar em
eleger o maior número de parlamentares para endurecer leis penais,
evitar o desarmamento e garantir maioria no Legislativo.
Interrompido por gritos de "mito", "messias" e "presidente", ele disse a
uma plateia de militantes que lotou um auditório da Câmara que tentará
levar um maior número de policiais e integrantes das Forças Armadas para
o Congresso. "A bancada da bala, chamada assim de forma jocosa, vai se
transformar na bancada da metralhadora."
Bolsonaro ainda afirmou que, caso eleito, deverá nomear para seu
ministério o general Augusto Heleno Ribeiro (Defesa), o ex-astronauta
Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e o economista Paulo Guedes
(Fazenda). Ele também disse que pretende fundir as pastas da Agricultura
e do Meio Ambiente.
Ao falar de sua equipe ideal de governo, Bolsonaro aproveitou para
criticar a atual gestão. "O ministro de Ciência e Tecnologia hoje não
sabe diferenciar gravidez de gravidade", afirmou numa crítica ao
ministro Gilberto Kassab. "Eu não sou bom, mas os outros são muito
ruins", disse.
Cerca de 15 deputados e um senador, Magno Malta (PR-ES), chamado de
"vice" pelos militantes, compareceram a um auditório da Câmara para a
filiação de Bolsonaro ao partido presidido pelo deputado Luciano Bivar
(PE). Em seu discurso, o pré-candidato focou os ataques nas demandas
LGBT, à esquerda e ao governo Michel Temer. "As malas dos porões do
Jaburu, digo isso no duplo sentido, não podem continuar imperando no
Brasil."
Ele reagiu à entrada de concorrentes diretos e do governo Michel Temer
no debate da segurança pública, sua principal bandeira. Ele chegou a
chamar o atual o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, de
"comunista" e "desarmamentista". Mas evitou ataques diretos à
intervenção militar no Rio.
Para quem esperava que Bolsonaro fizesse um discurso mais light,
voltado à classe média, o pré-candidato se preocupou em enfatizar suas
principais bandeiras. Inclusive a defesa da quebra do monopólio na
indústria de armas no País. "A violência se combate com energia ou mais
violência", afirmou. Na questão de gênero, ele disse que "todo mundo tem
um amigo gay", mas criticou supostos incentivos nas escolas à mudanças
de sexo. "É uma maldade com as criancinhas", disse.
Bolsonaro fez, em diversos momentos do seu discurso, referências a
"Deus" e às "mulheres", numa estratégia discutida com aliados para
atrair votos dos evangélicos e do público feminino, após polêmicas.
Magno Malta, a pedido de Bolsonaro, chegou a rezar um Pai Nosso. O hino
nacional foi cantado no evento e Bolsonaro demonstrou emoção ao lembrar
os pais e a infância, que, segundo ele, foi de pobreza no interior de
São Paulo. Na economia, o pré-candidato disse que, na primeira semana de
governo, extinguirá um terço das estatais.
Pela estimativa dos aliados mais próximos de Bolsonaro, pelo menos sete
deputados federais devem se filiar ao PSL nos próximos dias. O
pré-candidato já levou para seu novo partido os filhos Eduardo, deputado
federal por São Paulo, e Flávio, deputado estadual pelo Rio.
Durante a tarde, um grupo de apoiadores do deputado inflou um boneco de cerca de 12 metros em frente ao Congresso.
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