O professor da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) Diego de Freitas Aranha coordenou uma equipe de
profissionais num teste de segurança promovido pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) em 2017. A missão deles, mostrar possíveis falhas no
sistema de votação eletrônica adotado no Brasil, foi concluída com
êxito.
O
especialista foi um dos convidados da audiência pública realizada pela
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, nesta terça-feira (6),
sobre segurança do voto eletrônico e implementação do voto impresso nas
eleições gerais de 2018.
- No
último dia de testes tivemos progressos. Conseguimos, por exemplo,
alterar mensagens de texto exibidas ao eleitor na urna para fazer
propaganda a um certo candidato. Também fizemos progresso na direção de
desviar voto de um candidato para outro, mas não tivemos tempo de testar
esse tipo de ataque - explicou.
Segundo Diego, a equipe dele trabalhou em
condições piores do que trabalhariam verdadeiros fraudadores, devido a
restrições técnicas e de tempo impostas pelo tribunal, mas ainda assim
foi possível explorar pontos vulneráveis para adulterar o software de
votação e entrar no ambiente da urna eletrônica.
Segundo o professor da Unicamp, o
resultado não foi surpresa, visto que todo software é potencialmente
vulnerável. Por isso, é importante o registro físico para que a escolha
do eleitor seja resguardada de outra forma.
- Esse é um entendimento da comunidade
técnica internacional e segue a experiência de outros países. Não há
país no mundo que tenha migrado para a votação eletrônica que não use o
registro físico do voto como mecanismo de transparência. O registro
físico é inegociável. É um instrumento básico de transparência -
afirmou.
Professor lembrou que há cinco anos
participou de testes semelhantes feitos pelo TSE. E na ocasião a equipe
dele elaborou um ataque que quebrava o sigilo dos votos.
- Demonstramos que era possível recuperar
os votos da urna em ordem, sabendo exatamente como votaram o primeiro, o
segundo, o terceiro eleitores e assim sucessivamente - explicou.
A.S
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