Um rapaz de 21 anos suspeito de pedofilia em Campo Grande tinha
mais de 400 vídeos com conteúdo de pornografia infantil no celular. Em
uma das pastas de arquivo, ele tinha 56 vídeos de sexo com bebes, sexo
explicito e sexo anal. O jovem foi preso nesta quarta-feira (27).
O suspeito é um jovem desempregado, que mora com os pais e tinha
acesso ao sobrinho. “Mas para a perícia não está constatado que ele
chegou a abusar do sobrinho. Esse tipo de operação já serviu para
família não deixar ele livre com criança, porque nós pegamos no celular
ele enviando foto do sobrinho dele, foto de short, para outros contatos
suspeitos.
O chefe da delegacia de defesa institucional da Polícia Federal (PF),
Marcelo Alexandrino disse que o suspeito armazenava, baixava e
compartilhava material de pedofilia desde 2014.
“É uma grande quantidade de vídeos e fotos que vão ser analisados
pela perícia da Polícia Federal pra analisar se esses vídeos são de
outras pessoas, baixados pela internet, ou se esse pedófilo que está
preso mesmo produziu esses vídeos, ou seja, se ele aparece nos vídeos.
Quem gosta quem fica baixando esse tipo de material, envia para alguém
esse tipo de material de pedofilia ou ele já abusou, está abusando ou na
primeira oportunidade que tiver vai abusar de uma criança. Ele não vai
ficar olhando isso à toa”, destacou.
Marcelo Alexandrino frisou a importância de operações policiais para
combater pedofilia. “Quando a gente atua pegando essas pessoas trocando
esse tipo de material pela internet, na verdade acredito que seja uma
prevenção, a gente está tirando esse cara de circulação antes que ele
faça esse tipo de coisa [abuso]. É um modo de identificar uma pessoa
dessa antes que ela vá para o meio da rua, com vizinho.”
Operação
A prisão do jovem ocorreu no bairro Monte Castelo,
durante a segunda fase da operação Cabrera. Um sistema criado por
peritos criminais de Mato Grosso do Sul tem ajudado no combate à
pedofilia no Brasil e em mais sete países e foi fundamental para a PF
prender o suspeito.
O programa de computador consegue identificar fotos e vídeos com
conteúdo pornográfico infantil em qualquer tipo de mídia. O sistema,
criado pelo perito criminal federal Pedro Monteiro da Silva Eleutério,
faz uma varredura nos arquivos.
Um outro mandado de busca e apreensão também foi cumprido nesta quarta-feira, mas no endereço nenhum material foi encontrado.
Estas investigações estão sendo realizadas há vários meses e devem prosseguir por tempo indeterminado.
Alerta
Cléo Mazzotti, delegado regional de combate ao crime organizado da
PF, os pais têm que monitorar comportamento da criança. “Se a criança
começa a mudar comportamento, se fica mais agressiva, mais
introspectiva, os pais têm que monitorar o que a criança está acessando
ou deixando de acessar.”
P.G
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