Uns gostam, outras nem tantas, porem de vez enquanto fazer aquele click não faz mal a ninguém, mas desde que seja em um lugar criativo, adequado, e belo, é claro. “Por que os jovens costumam tirar fotos em espelhos ou em banheiros ou, ainda, nos dois e postar no Facebook?” Existem diversas possibilidades de respostas. O Blog Valdemir Oliveira tem observado as postagem de fotos em diversas redes sociais e chegamos a uma conclusão.
Vivemos em uma sociedade onde a vida torna-se cada vez mais privada. O individualismo marcante de nossa sociedade tem levado os jovens a se fecharem em seu mundo, embora o ser humano tenha a tendência de interagir com outros indivíduos. A internet acaba sendo uma espécie de “válvula de escape” para essa individualidade que o perturba. Perturba porque o que somos, só somos a partir do outro, o qual é o nosso parâmetro. Buscamos ser muita coisa só porque do outro (não teria porque usar roupas novas e caras sem que as pessoas soubessem; ser bonito sem ser visto…). Vivemos o momento do “apareço, logo existo!” Mesmo em um mundo tão tendencioso à privacidade, essa parece ser a realidade.
Mas se o jovem só será algo a partir do outro, como lidar com o individualismo?
A saída tem sido a interação social por meio das redes virtuais de relacionamento. Por meio de tais redes o jovem consegue manter sua individualidade de forma pública. Como assim? Simples: se mantendo em meu mundo real individualizado e, ao mesmo tempo, participando de um outro mundo mais social, porém mais seguro que aquele. Mais seguro porque sua publicidade, de certa forma, é controlável. Pode escolher quem e o que quer compartilhar, ser visto. Isso nas relações sociais cara-a-cara não é tal fácil. Pode ter centenas de amigos e deixar de ter tais amigos em poucos cliques. Mas qual a relação disso com fotos em espelhos e banheiros?
O individualismo fez com que o jovem se sinta mais seguro quando está só. Estando só, no banheiro ou no quarto, cria-se um cenário propício para uma auto fotografia sem constrangimentos; sem ninguém para avaliá-lo. Assim, em seu mundinho individual, se sente seguro para fazer tantas poses quanto for necessária para uma foto classificável como boa (que ao meu ver são sempre horríveis, principalmente aquelas acompanhadas de biquinhos… rsrsrs). Não tendo nenhum parâmetro não precisará se preocupar com “micos”. Feitas as poses terá a possibilidade de publicizar no facebook a foto escolhida, tida como a melhor. Essa publicização ocorre de modo controlado… a qualquer sinal… qualquer comentário indesejado… a foto poderá ser retirada do compartilhamento. Essa postura aponta que a coletividade só é realizável devido a possibilidade de, ao menor sinal de perigo, retornar a “individualidade segura”. Assim, aparece para existir, mas se necessário desaparece em instantes!
Em suma, não seria possível se expor no mundo real pagando micos carregados de poses e biquinhos… assim sendo, elas recorrem ao espelho do quarto, da sala, no banheiro de casa, shoppings, do trabalho, da escola, e muito das vezes também na festa com a garrafa de bebida na mão ou em uma mesa de bebida, enfim. Caro leitores já pararam para observar?
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