Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta
quarta-feira validar a cobrança de mensalidade nos 13 colégios militares
do País. As escolas fazem parte do sistema de ensino militar, gerido
pelo Exército. A constitucionalidade da cobrança foi confirmada no
julgamento no qual a Corte julgou improcedente ação da
Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em 2013, o então
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu o fim da cobrança
por entender que os colégios militares fazem parte do sistema de ensino
público, fato que impediria a cobrança de qualquer valor, devendo ser
ofertado de forma gratuita. A cobrança de contribuições nos colégios
militares está prevista na Lei Federal nº 9.786/99 e na Portaria nº
42/08, do Comando do Exército. No julgamento, prevaleceu o voto do
relator, ministro Edson Fachin.
Segundo Fachin, as escolas
do sistema educacional do Exército fazem parte de uma modalidade
diferente do ensino público. Dessa forma, as contribuições podem ser
cobradas dos alunos, conforme previu a lei. "Fundamenta-se esse juízo
com base na constatação da peculiaridade dessas organizações militares,
que se voltam à formação de quadros ao Exército brasileiro. Secundando
esse critério pelo fato de o ensino básico obrigatório e gratuito
remanescer disponível a toda a população brasileira de forma gratuita
para o estudante", afirmou o ministro.
Seguiram o relator
na votação, os ministros Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Fux,
Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e o
presidente, Dias Toffoli.
De
acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), que defendeu a cobrança no
Supremo, as mensalidades custam cerca de R$ 226 para alunos que cursam o
ensino fundamental e R$ 251 para o ensino médio.
Durante o
julgamento, a ministra da AGU, Gracie Mendonça, defendeu a cobrança por
entender que a medida é uma forma de manutenção financeira do sistema
de ensino do Exército. Gracie lembrou que a lei diferenciou as escolas
militares, com objetivo de ofertar ensino de qualidade aos filhos dos
militares, que estão constantemente mudando de cidade em razão de
transferências determinadas pelas Forças Armadas.
"A
gratuidade plena geraria a precarização de todo o sistema, mas também
colocaria em risco a própria permanência das instituições, que são, como
nós sabemos, instituições seculares", disse a ministra.
CP
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