O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Ministério da Economia que autorize um novo concurso público para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em até 30 dias. Para tanto, o Ibama deve, em 15 dias, instituir a comissão organizadora do concurso, com elaboração de cronograma para que a seleção transcorra até a posse dos aprovados em até 180 dias. O MPF ainda fixou 10 dias úteis, contados a partir do recebimento da recomendação, para que os órgãos informem se vão atender ou não o que foi solicitado. A recomendação foi expedida em 5 de agosto.
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Após queimadas, MPF recomenda concurso público para o Ibama |
Segundo o MPF, a fiscalização ambiental é essencial para prevenir e
reprimir a ocorrência de condutas lesivas ao meio ambiente, ao impedir o
dano ambiental, punir infratores e evitar futuras infrações ambientais e
o Ibama tem por finalidade exercer o poder de polícia ambiental.
Na recomendação, o MPF cita que dados do Ibama, de janeiro a agosto
de 2019, apresentaram uma redução de 28,59%2 na quantidade de autuações
ambientais em todo o país, quando comparado ao mesmo período de 2018, e,
especificamente em relação aos crimes contra a flora, a redução foi de
38,28% e de 40,58% nos nove estados que integram a Amazônia Legal.
O documento também cita dados do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), que apontam que o número de focos de queimadas
detectadas pelo satélite é o maior dos últimos 9 anos. Em 2019, houve
registro de 90.500 focos de queimadas em todo o território nacional,
valor aproximadamente 70% maior que em 2018.
Na recomendação, o MPF utiliza o Relatório de Avaliação da Execução
de Programas de Governo n.o 69 – Ações Relativas à Fiscalização
Ambiental sob Responsabilidade do IBAMA, de janeiro/2017, feito pela
CGU, que constatou que, no período de 2012 a 2015, houve aumento de 75%
na taxa de desmatamento, enquanto houve o encolhimento de 15% no quadro
de fiscais ambientais.
Assim, para o MPF, o quadro de agentes ambientais federais compromete
substancialmente o regular exercício da fiscalização ambiental e assim o
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Segundo o relatório, o número de servidores ligados às atividades de fiscalização ambiental é insuficiente para desempenhar
satisfatoriamente as ações de fiscalização necessárias em todos os biomas e temas ambientais. O MPF também destacou que, segundo os dados de 2016, 58% dos fiscais ambientais possuíam idade igual ou superior a 50 anos e que este perfil dificulta a realização de ações de campo, por exigirem bom condicionamento físico.
satisfatoriamente as ações de fiscalização necessárias em todos os biomas e temas ambientais. O MPF também destacou que, segundo os dados de 2016, 58% dos fiscais ambientais possuíam idade igual ou superior a 50 anos e que este perfil dificulta a realização de ações de campo, por exigirem bom condicionamento físico.
O último concurso realizado pelo IBAMA para o cargo de analista
ambiental aconteceu em 2012 e com 108 vagas, sendo apenas 27 foram
destinadas à área de fiscalização ambiental, auditoria ambiental e a
instrução e julgamento de processos administrativos de infração
ambiental.
Segundo o MPF, um ofício do coordenador-geral de fiscalização
ambiental do próprio do Ibama afirmou que a realização de concurso é uma
das principais medidas para fortalecer a fiscalização ambiental e
documentos técnicos do órgão apontam para a necessidade de 1.100
analistas ambientais.
Segundo o MPF, o Ibama solicitou, para exercício em 2020, concurso público com 1.888 vagas ao Ministério da Economia.
R7
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