Um provérbio africano diz que é preciso uma aldeia inteira para educar
uma criança. Entendendo que é responsabilidade de todos garantir o
direito das crianças à educação, a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a
Infância) lança o site Trajetórias de Sucesso Escola (trajetoriaescolar.org.br) nesta quinta-feira (31).
Com base nos dados do Censo Escolar de 2018 divulgado pelo Inep
(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira), órgão ligado ao MEC (Ministério da Educação), a Unicef fez um
levantamento do número de crianças e adolescentes que reprovam, as
distorções de idade e a série (22% dos estudantes de escolas públicas) e
o abandono escolar. No site, todos os interessados também podem
conferir soluções para o problema com casos reais e um curso online a
partir de dezembro.
Pesquisa
Nessa pesquisa, é possível observar que 9% dos estudantes matriculados
em escolas municipais e estaduais, 2,6 milhões de alunos reprovaram em
2018 e destes 1,2 milhão são pretos e pardos. A repetência também atinge
mais os meninos – 1 em cada 10 repetiu de ano em 2018. O estudo também
mostra que 59% dos estudantes com deficiência têm mais probabilidade de
reprovarem que aqueles sem deficiência.
Quanto mais reprovam, maior a distância entre a idade adequada para a
série e também maior é a probabilidade de o aluno abandonar a escola.
Como mostra a pesquisa, 1 em cada 5 estudantes brasileiros de escolas
públicas tem 2 ou mais anos de atraso escolar. São mais de 6,4 milhões
de crianças e adolescentes nessa situação, o que representa mais de 22%
das matrículas. O atraso escolar é um fenômeno que atinge 54,8% das
crianças da região Norte e Nordeste.
Os indígenas têm as maiores taxas de abandono e reprovação do país.
Metade dos alunos que abandonaram a escola são pretos ou pardos.
Solução
Com base nesses dados, a Unicef em parceria com o Instituto Claro,
reunião no site – além da pesquisa – estratégias a serem utilizadas por
estados para diminuir o atraso e abandono escolar. Essas ações
integradas em três níveis de gestão: das redes, das escolas e da sala de
aula estão reunidas em caderno. Esse material também deve virar um
curso online, gratuito e acessível a todos.
“Nossa meta é que nenhum estudante venha a reprovar, os dados mostram
que esse sistema não é o ideal, assim como também não é aquele de
aprovação compulsória, queremos garantir a todos os estudantes o direito
a educação”, afirma Ítalo Dutra, da Unicef.
Três estados já caminham em parceria com a Unicef para a transformação
curricular, observando cada aluno como um indivíduo único: Sergipe,
Roraima e Distrito Federal.
R7
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