A hiperplasia prostática benigna (HPB) afeta 14 milhões de brasileiros,
segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). O urologista Flavio
Trigo, presidente da SBU, afirma que quase metade dos homens acima dos
50 anos têm o problema.
Doença benigna, a HPB é um aumento da próstata, glândula responsável
por produzir as substâncias que nutrem o espermatozoide. “Depois dos 40
anos, a próstata pode apresentar três problemas: o aumento benigno, as
infecções prostáticas e o câncer”, explica.
Segundo o urologista, o crescimento acontece a partir dos 40 anos e
pode ser verificado com auxílio de microscópio, mas, a partir dos 50 já é
perceptível a olho nu. “Raramente, há um aumento significativo antes
dos 50. Além disso, nem todos os casos necessitam de tratamento. Às
vezes, a próstata tem o dobro do tamanho, mas não prejudica a qualidade
de vida”, afirma.
O tamanho médio normal da próstata é de 25 gramas. Trigo diz que o
tratamento só ocorre quando aparecem sintomas, que são urinar com jato
fraco, maior frequência e urgência para urinar e sensação de que não
esvaziou a bexiga totalmente. Esses sintomas aparecem, pois, o aumento
da próstata pode comprimir o canal urinário impedindo a passagem do
xixi.
Esse quadro não aumenta a chance de desenvolver o câncer, segundo ele,
mas por acontecerem em regiões diferentes da próstata é possível que uma
pessoa tenha os dois problemas. “A HPB acontece próximo ao canal
urinário. O câncer é mais comum nas regiões periféricas da próstata.
Nada impede de a pessoa ter os dois”, explica.
O diagnóstico é feito por meio do exame físico da próstata, o toque
retal, e pelo teste de PSA, exame de sangue que mede os níveis dessa
proteína, produzida pela próstata - quando elevada ajuda a diangósticar o
câncer.
O tratamento é feito com medicamentos que relaxam a próstata ou que
diminuem seu tamanho. Nos casos em que apenas medicamentos não são
suficientes, é feita uma cirurgia de desobstrução prostática. Segundo o
urologista, esse procedimento é mais seguro do que a retirada da
próstata e possui risco praticamente nulo de impotência e incontinência
urinária.
As complicações da próstata aumentada são raras. Trigo afirma que
acontece em menos de 10% dos pacientes. O não esvaziamento completo da
bexiga pode gerar infecção urinária, além disso, a próstata pode
comprimir os órgãos do sistema urinário causando dilatação dos rins e
insuficiência renal.
R7
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