Um levantamento oficial do governo federal mostrou que uma eventual
falência da Oi pode deixar 2.051 municípios brasileiros sem internet ou
telefone. Nessas cidades, a Oi não tem concorrentes atuando ou as
adversárias alugam a infraestrutura da empresa para fornecer serviço a
seus clientes.
Segundo o levantamento, esse possível apagão nas
telecomunicações pode afetar 46 milhões de linhas de telefone celular,
14 milhões de fixos e também 5 milhões de acessos à internet via cabo em
todo o país. Segundo o jornal, o documento reflete a preocupação do
governo com a possível falência da Oi e seus impactos no setor de
telecomunicações. Isso porque todas operadoras brasileiras dependem da
Oi em algum grau, seja alugando pequenas ou grandes partes da sua
infraestrutura para atender todos ou parte de seus clientes em
determinadas localidades do Brasil.
Como a Oi chegou a esse ponto
A
Oi está passando por recuperação judicial desde junho de 2016, este
processo que prevê a interferência da justiça brasileira em uma empresa
a pedido dela mesma para elaboração de um plano de recuperação. Com
isso, as dívidas são renegociadas, e a companhia tem a oportunidade de
pagá-las sem sofrer juros excessivos ou ter que vender todos os seus
ativos. Em outras palavras, ela não entra em falência, mas continua
funcionando para pagar o que deve sem de fato dar lucro aos
investidores.
Espera-se que um novo plano de recuperação seja confeccionado ainda em novembro.
O
problema é que os representantes da Oi não conseguem se entender com os
representantes da justiça para a elaboração de um plano de recuperação.
Por isso, a Advocacia Geral da União vai interferir no processo junto
com a Anatel (maior credora da Oi) para encontrar uma solução para o
problema. Espera-se que um novo plano de recuperação seja confeccionado
ainda em novembro, mas não há uma previsão para uma possível aprovação.
A
Oi deve R$ 64 bilhões e se tornou a empresa brasileira com a maior
dívida da história do país. Uma operadora chinesa teria entrado na
equação nos últimos meses se oferecendo a comprar o segmento de
telefonia móvel da Oi para começar suas operações no Brasil. Contudo,
não se sabe se o negócio foi para frente ou está travado.
Origem do rombo
Os
problemas bilionários da Oi começaram quando a empresa comprou a
operadora Brasil Telecom em 2010 e, posteriormente, descobriu que a
companhia tinha uma dívida gigantesca. Em 2014, a Oi tentou fazer uma
fusão com a Portugal Telecom, mas depois de ter finalizado o negócio,
descobriu novamente que a parceira tinha outra dívida enorme, mas agora
em euros.
Com o passar do tempo, a dívida acumulada aumentou, e a
companhia pediu recuperação judicial em 2016. Em outras palavras, as
aquisições da Oi nos últimos anos foram muito mal pensadas pela sua
presidência, o que foi ainda mais agravado por envolvimento político na
companhia.
J.P.
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