O procedimento interno da polícia para investigar a “máfia dos falsos taxistas”, revelada pelo Fantástico no último domingo (15), estaria parado desde 9 de julho deste ano, de acordo com fontes da Polícia Militar ouvidas pela Agência Pública. A reportagem teve acesso ao documento preliminar de investigação que tem como alvos o ex-comandante-geral da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), coronel Paulo Fernando Moura Queiroz, afastado do cargo no último dia 16, e os outros 58 policiais militares.
A apuração interna investiga os militares por suspeita de se beneficiarem de forma ilegal da isenção de impostos na compra de veículos, utilizando alvarás de taxistas. O requerimento de abertura do procedimento foi feito em 4 de junho pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA). Só que o documento foi direcionado ao comandante da PM na época, o coronel Paulo Fernando Moura Queiroz, que também é alvo da investigação. Ele é suspeito de comprar um veículo, com o alvará de taxista, com isenção de R$ 11,5 mil em impostos.
“Venho requerer de vossa senhoria que adote as providências administrativas necessárias à apuração da responsabilidade disciplinas dos envolvidos. Solicito ainda que as providências inicialmente adotadas sejam informadas no prazo de dez dias à [sic] essa 2ª Promotoria de Justiça Especializada”, disse a promotora de Justiça Especializada de Bacabal do MPMA, no interior do estado, Klycia Luiza Castro de Menezes. Ela desconfiava do alto número de policiais militares licenciados para atuar como taxistas no município.
O subcomandante, coronel Nilson Marques de Jesus Ferreira, assumiu o caso. Em 9 de julho, o coronel Marcos Aurélio Lindoso Brito foi nomeado por ele para analisar as denúncias e apresentar a conclusão dentro de 15 dias, mas o procedimento estaria parado desde então, de acordo com fontes da PM que conversaram com a reportagem em condição de sigilo.
Ainda de acordo com uma fonte da Polícia Militar do Maranhão, ouvida pela Pública sob condição de anonimato, o coronel indicado para fazer a investigação seria amigo do ex-comandante-geral. “Ele atuava como se fosse o principal assessor ou representante do comandante”, disse.
A PM do Maranhão não confirmou se o procedimento está mesmo parado. Por nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Maranhão admitiu o “atraso na conclusão dessa investigação em âmbito interno” e informou que “a determinação legal é que também sejam apuradas as responsabilidades da junta indicada para apuração do caso”
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