quarta-feira, 24 de junho de 2015

Sergio Moro transforma prisão de ex-diretor da Odebrecht em preventiva.


O juiz federal Sergio Moro decretou nesta quarta-feira (24) a 

transformação da prisão temporária do ex-diretor 

da Odebrecht Alexandrino de Salles em preventiva – isto é, 

sem prazo para expirar. Ele foi preso na sexta-feira (19) na 

14ª fase da Operação Lava Jato, que investiga as 




construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez Inicialmente, a 

prisão temporária de Alexandrino de Salles venceria na terça (23). A Polícia Federal pediu a transformação da prisão dele em preventiva, mas o juiz Sergio Moro decidiu ouvir antes a defesa do investigado, além doMinistério Público Federal (MPF). 

Assim, o juiz prorrogou a temporária até esta quarta-feira.
O MPF se manifestou pela transformação da temporária em preventiva. “Há suficiente prova da autoria, assim como da materialidade, de vários delitos praticados pelo investigado”, sustentam os procuradores. A petição alega ainda que Alexandrino tem “amplo conhecimento das contas bancárias situadas no exterior e que eram empregadas no esquema criminoso”. Assim, concluem, o investigado solto poderia interferir em provas.
A defesa de Alexandrino, por sua vez, afirmou que o pedido para manter o cliente preso era baseado apenas em deduções de que ele está relacionado a crimes. “Nada além de supostos indícios foram articulados para justificar a representação pela custódia preventiva”, afirmam os advogados. A defesa alega ainda que Alexandrino não tentou fugir, prestou os depoimentos que lhe foram requeridos, e ainda se afastou das atividades na Odebrecht.
Propina
Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que presenciou Alexandrino de Salles “tratando de assunto relativo ao pagamento de propinas”. Costa disse que se lembra de ter participado de uma reunião em um hotel em São Paulo, com Alexandrino e o ex-deputado José Janene (PP), que morreu em 2010.
“Nessa oportunidade foi tratado de forma clara o assunto relacionado ao pagamento de vantagens ilícitas em troca de benefícios à Braskem na compra de nafta da Petrobras”. A Braskem é o braço petroquímico da Odebrecht.
Segundo Costa, a compra de nafta, que é um derivado do petróleo, por parte da Braskem era tratada com Janene e com o doleiro Alberto Youssef. “Para que o declarante [Costa] agilizasse a tramitação dos pedidos de compra de nafta da Braskem haveria uma contraprestação financeira, na ordem de 3 a 5 milhões de dólares por ano em média, o que teria ocorrido entre 2006 e 2012”.
A defesa de Alexandrino disse que ele "nega veementemente ter intermediado qualquer tipo de pagamento a ex-dirigentes da Petrobras.
Em nota, a Braskem, que pertence ao Grupo Odebrecht informou que "reafirma que todos os contratos com a Petrobras seguiram os preceitos legais e foram aprovados de forma transparente de acordo com as regras de governança da Companhia. É importante lembrar que os preços praticados pela Petrobras na venda de nafta sempre estiveram atrelados às mais altas referências internacionais de todo o setor, prejudicando a competitividade da indústria petroquímica brasileira".
Fnonte-g1

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