Por falta de quórum, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) adiou a votação do Projeto de Lei do Senado (PLS) 141/2015, que altera o Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994). A proposta, do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), criminaliza a violação de direitos ou prerrogativas dos advogados.
Durante a discussão, na reunião desta quarta-feira (2), o senador
Lasier Martins (PSD-RS) fez objeções à discussão do projeto neste
momento no país. Ele referiu-se especificamente à possibilidade de que a
lei dificulte a realização de buscas em escritórios de advocacia, já
que, segundo ele, a violação do local de trabalho do advogado poderia
levar à detenção da autoridade que determinar a busca.
- A matéria é delicada, melindrosa. Se não estivéssemos vivendo
tempos de Lava Jato, eu tenho certeza de que não sofreria maiores
alegações. Certos aspectos nos levam a refletir.
A relatora do projeto na CCJ, senadora Simone Tebet (PMDB-MS),
procurou tranquilizar Lasier. Segundo ela, “em momento algum” o projeto
visa atingir a Operação Lava Jato. A intenção do texto, disse ela, é
proteger o pequeno advogado.
- Temos o sustentáculo da Associação dos Magistrados Brasileiros,
para quem [o projeto] não está restringindo o exercício da atividade
institucional. Eu fui prefeita. Presenciei abuso de autoridade da força
policial. Sei como o advogado que não tem nome é tratado diferente, seja
no fórum, por alguns serventuários da Justiça, seja na porta da
delegacia ou na Polícia Federal.
OAB
O texto também disciplina a forma como a Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) poderá solicitar instauração de persecução penal pela
violação dos direitos dos advogados ou requerer a admissão como
assistente do Ministério Público nas ações penais. A proposta também
transforma em crime o exercício ilegal da advocacia, que hoje é punível
como contravenção.
Constava ainda da pauta da CCJ desta quarta-feira outro projeto de Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), o PLS 686/2015,
que permite à OAB propor ação civil pública. Os senadores Benedito de
Lira (PP-AL) e Simone Tebet (PMDB-MS) pediram vista do projeto (tempo
para análise).
A.S.

Nenhum comentário:
Postar um comentário