Dados do Ministério da Saúde divulgados hoje (27) mostram uma redução
de 16% dos casos e óbitos por Aids no país nos últimos quatro anos.
Segundo a pasta, fatores como a garantia do tratamento para todos, a
melhora do diagnóstico, a ampliação do acesso à testagem e a redução do
tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento contribuíram para a
queda. No Maranhão o índice também caiu.
No período de 2014 a 2017, houve um redução de 1,7% no coeficiente de
mortalidade no Maranhão, que passou de 5,6 para 5,5 óbitos por 100 mil
habitantes. Já em relação aos casos, desde o ano de 2014, observa-se
aumento da taxa de detecção de aids no estado. Eram 19,7 casos por cada
100 mil habitantes, em 2014, e, em 2017, são 21,3 para cada 100 mil
habitantes, o que representa um aumento de 8,1%.
Os números revelam que, de 1980 a junho de 2018, foram identificados
926.742 casos de aids no Brasil – um registro anual de 40 mil novos
casos. Em 2012, a taxa de detecção da doença era de 21,7 casos para cada
100 mil habitantes enquanto, em 2017, o índice era de 18,3 casos.
No mesmo período, a taxa de mortalidade por aids passou de 5,7 óbitos
para cada 100 habitantes para 4,8 óbitos. O boletim também aponta
redução significativa da transmissão vertical do HIV – quando o bebê é
infectado durante a gestação – entre 2007 e 2017. A taxa caiu 43%,
passando de 3,5 casos para cada 100 mil habitantes para 2 casos.
Homens
Os dados mostram ainda que 73% das novas infecções por HIV no Brasil
acontecem entre pessoas do sexo masculino, sendo que 70% dos casos é
registrado entre homens que estão na faixa etária de 15 a 39 anos.
Autoteste
O ministério anunciou que, a partir de janeiro de 2019, a rede
pública de saúde passa a oferecer o autoteste de HIV para
populações-chave e pessoas em uso de medicamento de pré-exposição ao
HIV. A previsão é que sejam distribuídas, ao todo, 400 mil unidades do
teste, inicialmente nas cidades de São Paulo, Santos, Piracicaba, São
José do R io Preto, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, Rio de
Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte
e Manaus.
Tratamento
Ainda de acordo com o boletim epidemiológico, desde 2013, quando os
antirretrovirais passaram a ser distribuídos a todos os pacientes
soropositivos, independentemente da carga viral, até setembro deste ano,
585 mil pessoas com HIV estavam em tratamento no Brasil. A maioria –
87% – faz uso do dolutegravir, que aumenta em 42% a chance de supressão
viral (diminuição da carga de HIV no sangue) em relação ao tratamento
anterior. A resposta, neste caso, também é mais rápida: no terceiro mês,
mais de 87% dos usuários já apresentam supressão viral.
Luta
Diagnosticada como soropositiva há um ano e meio, a estudante Blenda
Silva, 25 anos, conta que é possível seguir normalmente com a vida desde
que haja adesão ao tratamento. Sobre os 30 anos de combate ao HIV,
celebrados no próximo sábado (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids,
ela lembra que muitos perderam a vida ao longo das últimas décadas por
causa da doença.
“O número de infectados ainda é muito alto. Nossa mensagem, hoje, é
que ainda precisa de prevenção”, disse, ao se referir aos mais de 37
milhões de pessoas que vivem com HIV em todo o mundo. “É uma luta que
não precisa ser só de quem é soropositivo, mas de toda a sociedade
brasileira”, concluiu.
Por Agência Brasil e Agência Saúde

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