Dentre todos os estados amazônicos, o Maranhão obteve a quinta pior
avaliação de transparência em informações sobre terras públicas ainda
sem título de posse. O ranking foi elaborado através de um estudo do
Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que avaliou o
Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma), vinculado ao
governo do Estado.
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O Imazon verificou como o estado colabora com a divulgação de
informações sobre as terras sem destinação definida (que não receberam
títulos de posse nem foram destinadas a Unidades de Conservação,
assentamentos ou territórios de populações tradicionais, indígenas e
quilombolas). Durante a avaliação, o Iterma não apresentou 54% dos
indicadores analisados.
Transparência ativa
Segundo o Imazon, a transparência ativa diz respeito à publicação
espontânea de dados pelos órgãos fundiários, tanto os de natureza
administrativa e institucionais, quanto os de ações e resultados. Esse
último grupo está diretamente relacionado à localização das terras
públicas, titulação de imóveis e criação de assentamentos, entre outras
destinações possíveis para esses imóveis.
O estudo
também avaliou a transparência passiva dos órgãos fundiários, que
corresponde a resposta às solicitações realizadas por meio de
plataformas eletrônicas de Serviço de Informação ao Cidadão (e-SIC) ou
por ofício. A resposta deveria vir no prazo de 20 dias. No entanto, o
Iterma respondeu apenas um de dois pedidos de informação no prazo, além
da plataforma de e-SIC ter obtido nota 7,1 de 10.
“Existe uma confusão dos órgãos fundiários em relação ao aspecto
sigiloso dessas informações. Elas se referem a um patrimônio público e,
portanto, a sociedade tem direito de saber onde estão essas terras e
quem está solicitando títulos referentes a elas”, afirma a advogada
Brenda Brito, pesquisadora associada do Imazon.
Brenda Brito diz ainda que a boa transparência afasta suspeitas de
favorecimento indevido de grupos e indivíduos, sendo a melhor aliada no
combate a conflitos pela posse de uma terra já ocupada por uma pessoa ou
um grupo. Também é importante na identificação de grilagem e na
regularização de imóveis em zonas rurais.
“No Maranhão, apenas 36% dos indicadores administrativos foram
satisfatórios e não houve nenhuma informação satisfatória de ações e
resultados do Iterma. As informações sobre procedimentos da LAI também
deixaram a desejar, com 80% de indicadores ausentes”, indica o também
advogado e coautor do estudo Dário Cardoso Jr.
O G1
entrou em contato e aguarda retorno do governo do Maranhão sobre a
avaliação negativa do Imazon em relação a transparência de dados sobre
terras públicas ainda sem titulação de posse.
G1/MA

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