quarta-feira, 29 de maio de 2019

Irmãos vão à Justiça disputar moletom preto tamanho P

Uma disputa entre dois irmãos por um moletom foi parar na Justiça do Paraná e teve seu desfecho conhecido nesta segunda-feira (27/05/2019). O juiz Rosaldo Elias Pacagnan determinou que um homem entregue a blusa “OKL mangas caveira Primeira Linha, tamanho P, cor preta’ em 24 horas á irmã ’em perfeito estado” ou o equivalente em dinheiro (R$ 79,99). “Está certo que os Juizados Especiais também são destinados a tentar ajudar as pessoas a resolver pequenas pendências cotidianas e atritos de menor importância. Mas sempre é possível se surpreender com o que aparece”, afirmou o juiz na sentença.

De acordo com o processo, os dois irmãos moram na mesma casa em Cascavel, interior do Paraná. A cidade de 320 mil habitantes fica a cerca de 6 horas da capital Curitiba.

Na sentença, o juiz afirmou que a irmã provou “que comprou um blusão de moletom com seu cartão de crédito, pela internet”. Segundo o processo, ela teria colocado a compra no nome da mãe “para facilitar a entrega pelos Correios”. O juiz relata que após a encomenda chegar, o irmão “abriu, viu, gostou e pegou a blusa com desenhos de caveiras nas mangas para ele, e não devolve”.
“Essa é a disputa trazida ao Judiciário!”, afirma o juiz.
Rosaldo Elias Pacagnan destacou que não houve consenso entre “os brothers” na audiência de custódia. O magistrado registrou que o irmão foi à audiência de conciliação vestido com o moletom.
“Não seria de duvidar se ele o fizesse, dado que numa coisa tão simples e banal, tais pessoas adultas, que deveriam se amar e respeitar, conseguem a proeza de continuar brigando por uma peça de roupa. Onde é que esse mundo vai parar?”, questionou.
O juiz ponderou que se a blusa fosse da mãe, na esfera penal o irmão estaria isento de pena pela apropriação indébita ou furto.
“Mas como é da irmã, até crime, em tese, isso é (deixando de lado o princípio da insignificância, porque a roupa custou R$ 79,99). Só que para além de conceitos jurídicos, é coisa feia o que está acontecendo… E feia para os dois lados”, apontou.
“Será que se o moletom não aparecer teremos que chegar ao cúmulo de mandar um Oficial de Justiça procurá-lo com mandado de busca e apreensão? É o ódio, a insensatez ou a birra sendo mais forte que os laços de sangue, e, em igual medida, a indisposição para perdoar, tolerar, suportar o dano no ambiente doméstico. Fazer o quê? Aplicar o direito onde o amor deveria ter resolvido.”










MTP

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