O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na manhã de hoje (13), a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), referente ao mês de novembro. Trata-se de um panorama conjuntural do setor de serviços da economia brasileira. Fazem parte do painel amostral da pesquisa empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não-financeiro, excluído ainda o setor O (administração pública, defesa e seguridade social) da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
Brasil: volume de serviços teve avanço de 2,6%
Para Brasil, no mês de novembro de 2020, em comparação com o mês de imediatamente anterior, outubro de 2020, com ajuste sazonal, o índice de volume de serviços cresceu 2,6%. Essa taxa foi maior do que a observada no mês de outubro, 1,8%, voltando aos níveis dos meses de julho (2,9%), agosto (2,9%) e setembro (2,2%). Foi a sexta alta positiva seguida, depois de quatro meses, fevereiro a maio, com taxas negativas. As seis taxas positivas, de junho a novembro acumularam alta de 19,2%, porém ainda insuficiente para recuperar retração ocorrida de fevereiro a maio, -19,6%.
À medida que se ampliaram as orientações de relaxamento quanto ao isolamento social no território nacional, variando de unidade da federação (UF) para unidade da federação (UF) no tempo, o comportamento do volume de serviços nos seis últimos meses foi impactado, haja vista que para realização de muitos serviços o contato pessoal é condição sine qua para sua efetivação. Facilitando o contato presencial, a economia de serviços, em muitas de suas ramificações, acontece com mais facilidade, bastando para isso existir demanda e oferta.
Das atividades do setor de serviços que são acompanhadas pelo IBGE, através da PMS, oito tiveram expansões, sendo as mais significativas no mês de outubro comparado com mês imediatamente anterior são as que seguem:
1) serviço de alojamento e alimentação, 9,1%, pelo quarto mês consecutivo com número em alta, sendo que de maio a novembro, esse setor tem acumulado um ganho de 98,8%, depois de ter acumulado uma queda de fevereiro a abril no nível de 62,6%;
2) serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias, 5,6%, sexta alta consecutiva, depois de quatro meses de queda, fevereiro a maio, sendo que a recuperação de junho a novembro, quando acumulou ganho de 34,3% não foi suficiente para se sobrepor à forte retração do período fevereiro a maio, que acumulou perda de 99,3%;
3) transporte aéreo, 6,8%, sendo que mesmo havendo desde maio constantes aumentos no volume de serviços no referido setor, para chegar ao nível de fevereiro de 2020, seria necessário crescer cerca de 62,6%, e, ademais, quando comparado o mês de novembro de 2020 com novembro de 2019, transporte aéreo tem volume de serviço a menor na ordem de 32,0%;
4) transporte terrestre, 4,2%, que com esse crescimento tem um acumulado de ganho no período de maio a novembro na ordem de 34,7%, superior a perda de março e abril, -29,1%, porém para chegar ao nível de fevereiro tem que crescer 4,6%.
Na contramão do movimento de alta, duas atividades do setor de serviços alcançaram taxas negativas de volume de serviços no mês de novembro, a saber: transporte aquaviário, -3,8%, e serviços de tecnologia de informação e comunicação, -0,3%, embora ambos tivessem tido acrescido o volume de serviço no mês anterior nessa base de comparação, sendo que o primeiro cresceu 0,8% e o segundo, 1,7%.
Comparando-se o mês de novembro/2020 ao mesmo mês do ano anterior, novembro/2019, houve retração do índice de volume do setor de serviços na ordem de 4,8%. Desde março que, nessa base de comparação temporal, as taxas do volume de serviços têm sido negativas no Brasil, sendo que no mês anterior (out.2020/out.2019), a queda foi mais intensa, -7,4%. Os números de 2020 indicam que a recuperação registrada na comparação mês/mês imediatamente anterior não tem levado à superação do nível de atividade econômica do setor de serviços relativo ao ano de 2019. Por isso que, no acumulado do ano, quando se compara o período de janeiro a novembro de 2020 com o mesmo período de 2019, observou-se recuo de 8,3%. Mesmo havendo recuo no volume de serviços levando-se em consideração o conjunto das atividades investigadas pela PMS, -8,3%, em quatro delas no acumulado do ano apresentam taxa de crescimento: transporte aquaviário (10,0%), outros serviços (6,5%), armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correios (2,4%) e serviços de tecnologia de informação e comunicação (0,5%).
No acumulado de 12 meses, findo em novembro de 2020 (dezembro de 2019 a novembro de 2020 cotejado com dezembro de 2018 a novembro de 2019), o índice do volume de serviços diminuiu 7,4% no Brasil. Praticamente, desde o momento em que na base de comparação mês/mesmo mês do ano anterior começou a se observar taxas negativas, no acumulado de 12 meses foi iniciado uma curva descendente no volume de serviços, conforme tabela a segui:
A seguir, uma tabela com indicadores temporais para volume de serviços das atividades turísticas no Brasil. Quanto a essas atividades, o IBGE divulga dados para 12 UFs, além do Brasil. Não há dados para Maranhão. Para compor as atividades turísticas, o IBGE faz um recorte especial, extraindo atividades específicas da PMS como um todo.
Maranhão: volume de serviços teve alta de 1,4%
No Maranhão, em novembro/2020, na comparação com mês imediatamente anterior, outubro/2020, com ajuste sazonal, o índice de volume de serviços avançou 1,4%, depois de ter recuado em outubro/2020, nessa base de comparação no tempo, 4,0%. Com o número de novembro, o Maranhão acumula um ganho de maio a novembro de 14,8%, suplantando a perda de abril, que ficou na casa de 14,2%. A média móvel trimestral (MMT) fechada em novembro (setembro a novembro) comparada com trimestre fechado em outubro (agosto, setembro e outubro) acusa um crescimento na ordem de 0,6%.
Sete UFs apresentaram volume negativo de serviços quanto a esse índice de variação no tempo, sendo que as taxas mais acentuadas de queda foram anotadas no MS (-5,7%) e no DF (-9,9%). As melhores performances foram estimadas para AC (9,0%), AL (8,7%), PE (5,2%) e GO (3,9%).
Na comparação mês/mês igual ao ano anterior, nov.2020/nov.2019, no Maranhão, foi detectada novo tombo no volume de serviços, desta feita na ordem de 0,2%, recuo este menor do que o detectado no mês anterior, out.2020/out.2019, que foi de 2,6%. No ano de 2020, de janeiro a novembro, em nove meses (exceção em março e setembro), esse índice temporal foi negativo, sendo que as maiores quedas foram detectadas em abril (-14,2%) e maio (-17,2%). Nesse indicador temporal, cinco UFs apresentaram elevação no volume de serviços, a saber: PA (4,8%), SC (4,6%), AM (3,9%), AC (1,4%) e MS (0,5%). As maiores quedas no volume de serviços nessa base de comparação temporal foram observadas no PI (- 12,2%), em SE (-15,1%), RO (-17,9%) e no DF (18,6%).
Tendo em vista os números negativos em diversos meses no Maranhão na base de cotejamento mês de 2020/mesmo mês do ano de 2019, o acumulado no ano de 2020 (janeiro a novembro) em relação ao ano de 2019 (janeiro a novembro), apresenta ainda um volume negativo de serviços na ordem de 4,8%. O MA tem performance menos negativa dentre todas as UFs da região Nordeste. Abaixo, gráfico com volume acumulado de serviço no ano de 2020 cotejado com o ano de 2019 para cada UF.
Na base temporal de comparação que leva em consideração os últimos 12 meses (dezembro de 2019 a novembro de 2020 cotejado com dezembro de 2018 a novembro 2019), o Maranhão apresentou um volume negativo de serviços de - 4,2%.
De março de 2015 a dezembro de 2018, o Maranhão mergulhou numa sequência de taxas negativas no volume de serviços na base de comparação que leva em conta os últimos 12 meses. De janeiro de 2019 a abril de 2020, o cenário mudou, e o Maranhão passou a apresentar uma constante sequência de números positivos no volume de serviços. Porém, a partir de maio de 2020, novamente, o Maranhão entrou numa rota sequencial de taxas negativas no volume de serviços quando se leva em conta o índice temporal dos últimos 12 meses. Abaixo, um gráfico mostrando o comportamento do volume de serviços no Maranhão, no acumulado nos últimos 12 meses, a começar em dezembro de 2019.
O índice de volume de serviços nessa base de comparação temporal, últimos 12 meses, no Maranhão, -4,2%, ainda se encontra num patamar de menor queda que o Brasil, cujo indicador temporal ficou na casa de -7,4%. Nessa base de comparação temporal, 26 UFs, com mês encerrado em novembro/2020, têm acumulado retração no volume de serviços. Os sete maiores recuos na base de comparação dos últimos 12 meses foram detectados em UFs do Nordeste, começando por PE (-12,5%), CE (- 12,9%), RN (-14,2%), SE (-14,3%), PI (-14,4%), BA (-15,0%), e terminando em AL (-16,7%). Exara-se o fato de que o RS apresentou taxa negativa de volume de venda de serviços no patamar de 12,1% e antes dele, a PB teve um volume de serviços em queda na ordem de 10,0%. A única UF que não têm volume de serviços diminuído nessa base de comparação, últimos 12 meses, é AM (0,5%). Dentre todas as UFs da região Nordeste, o Maranhão apresentou o menor nível de retração no volume de serviços, levando-se em conta esse índice temporal.
IBGE do Maranhão
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