O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acionou a Agência Brasileira de
Inteligência (Abin) e a Polícia Federal para investigar o avanço do
crime organizado na política no Maranhão.
Os criminosos estão agora decididos a investir arrojadamente na
eleição de políticos no ano que vem ou de lançar candidatos apoiados por
eles, para fortalecer a estrutura do banditismo no Estado.
A informação tem como base uma afirmação do presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, ao jornal O Globo na
edição do dia 08 deste mês.
Um desses possíveis casos de financiamento eleitoral pelo crime
Organizado pode ter ocorrido em Bela Vista na campanha do prefeito Orias
de Oliveira Mendes, do PCdoB.
Pelo menos um dos cruzamentos de doação de campanha com dados do
Procedimento Policial Eletrônico (PPE) – idealizado pelo governo federal
e que integra a plataforma do Sistema Nacional de Informações de
Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas (Sinesp) – constatou que um
dos doadores de campanha de Orias é suspeito de integrar um esquema de
roubo de carros nos estados da região Nordeste.
O prefeito bela-vistense já disputou pelo menos três eleições
majoritárias no município: 2008, 2012 e 2016. Das três, venceu duas:
2008 e 2016. Em todas elas, entretanto, recebeu doações.
Um desses doadores foi Marcos Jhones Carvalho Silva. No dia 15 de
julho de 2012, ele fez uma doação de R$ 3,5 mil para a campanha de
Orias.
Marcos Jhones, mais conhecido por Marquinhos, foi preso pela Polícia
Civil de Santa Inês no dia 14 de setembro do ano passado, com um carro,
modelo Pajero Dark, placas JKI-7212, que havia sido roubado em agosto de
2015. O veiculo estava com chassi e motor adulterados. Marquinhos,
financiado de campanha de Orias, pagou fiança e foi liberado para
responder pelo crime de receptação de carro em liberdade.
LIGAÇÕES COM AGIOTAS
No Maranhão, o ministro Gilmar Mendes demonstra preocupação com o
financiamento de campanhas feitas por agiotas, cuja origem do dinheiro
seria da facção Primeiro Comanda da Capital (PCC).
“No Maranhão, nós acompanhamos a situação de agiotas financiando as
eleições, com dinheiro que viria do PCC. Tudo isso é preocupante e não
podemos querer que o quadro da política no Brasil, que já não é
exemplar, se torne ainda pior”, afirmou o presidente do TSE.
Documento obtido pelo blog revela que o prefeito Orias também é
suspeito de ter recebido esse tipo de financiamento, principalmente de
dois agiotas conhecidos no submundo do crime: Josival Cavalcanti, o
Pacovan; e Cristiano Damasceno, vulgo Galego da Batata.
A revelação do financiamento com Pacovan foi feita pelo pistoleiro
Wellington Silvestre dos Santos, conhecido como Júnior Alagoano, durante
um depoimento aos delegados Ney Anderson Gaspar, Victor Okano
Nascimento, e Jalves Carvalho, ambos do Departamento de Combate ao Crime
Organizado (DCCO), órgão ligado à Superintendência Estadual de
Investigação Criminal (SEIC).
Já a ligação de Orias com Galego da Batata, rival de Pacovan, vem de
campanhas passadas. Galego sempre emprestou dinheiro para Orias
financiar sua campanha. Nos últimos dias, entretanto, o prefeito vem se
escondendo para não pagar o débito com o agiota. Existem várias
evidências que mostra as ligações de Orias com o crime organizado. No
entanto, vamos contar mais detalhes nos próximos dias.
Blog Antonio Martins
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