A transexual
Verônica Bolina, de 28 anos, foi presa suspeita de tentar matar uma
moradora de rua na Liberdade, bairro no Centro de São Paulo, no domingo
(1º), informou a polícia nesta quarta (4). Conhecida por ter sido espancada após morder e arrancar parte da orelha de um carcereiro em 2015, ela foi levada ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste da capital.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Verônica golpeou
a cabeça da vítima com uma garrafa. A moradora de rua gritou por
socorro e pessoas que estavam perto chamaram a Polícia Militar.
A mulher foi achada desmaiada, com ferimentos na cabeça e aparente
hemorragia. Ela foi levada ao Hospital São Paulo, onde foi internada. O G1 não conseguiu descobrir o estado de saúde dela.
Os PMs que atenderam a ocorrência disseram que Verônica estava
agressiva e descontrolada. Ela resistiu à prisão, mas foi contida e
levada ao 8º Distrito Policial, no Brás. Lá, foi indiciada por tentativa
de homicídio e resistência a prisão. Segundo a SSP, ela não informou o
motivo do ataque e disse não se recordar da agressão.
Procurada pelo G1,
a Defensoria Pública informou que um de seus representantes acompanhou a
audiência de custódia de Verônica. Depois disso, ela foi encaminhada ao
CDP 3 de Pinheiros. O órgão agora aguarda manifestação do Ministério
Público (MP) no caso.
Detenção no sábado
Um dia antes, Verônica foi detida por resistência após uma confusão em um apartamento na Rua Augusta, no Centro.
De acordo com a polícia, ela invadiu a residência de um homem para
cobrar uma suposta dívida e tentou agredi-lo com uma frigideira. Com
medo, ele e um amigo fugiram e a trancaram no apartamento.
Policiais militares foram até lá e, com autorização do morador,
arrombaram a porta e entraram. Segundo um dos policiais, Verônica estava
armada com uma faca e aparentemente transtornada.
Ela foi detida e levada ao 78º Distrito Policial, nos Jardins, onde
assinou um termo circunstanciado (uma espécie de BO para crimes menos
graves) de resistência. Depois, foi liberada.
Depois, ela foi para o Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental da
Vila Mariana, na Zona Sul, de onde saiu no domingo, horas antes de
tentar matar a moradora de rua.
Outro caso
Este é a segunda tentativa de homicídio cometida por Verônica. Em 10 de
abril de 2015, ela foi presa por tentar matar uma idosa em um prédio na
região da Bela Vista, no Centro, e por agredir outra transexual e
policiais militares.
Na ocasião, ela foi presa e levada à carceragem do 2ºDP, no Bom Retiro.
Dias depois, ao ser transferida de uma cela, arrancou parte da orelha
de um carcereiro a dentadas. Após o ataque, Verônica foi espancada e
teve fotos suas, em que aparece desfigurada e nua, publicadas e
compartilhadas em redes sociais.
Policiais do 2º DP disseram que quem bateu nela foram outros presos. Em entrevista ao G1 em maio, a transexual contou que foi torturada
(assista acima). “Eu fiquei dois dias cega com spray de pimenta”, disse
Verônica. “Tô totalmente fora de forma, tô cheia de cicatrizes no
corpo, eu perdi uma prótese. Eu tô com o peito estourado do lado direito
da mama. A pele está totalmente caída e a prótese está sendo sustentada
pela pele”. A Corregedoria da Polícia Civil investiga se os agentes
participaram das agressões.
Depois das agressões, ela foi enviada ao CDP de Pinheiros, onde ficou
presa até maio deste ano. Na ocasião, a Justiça considerou Verônica
"absolutamente inimputável" depois que laudos psiquiátricos indicarem
que ela possui "transtorno de personalidade". Ou seja, pela lei ela não
tinha consciência do que estava fazendo à época e, por esse motivo, não
pôde responder criminalmente por seus atos.
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