quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Transexual Verônica Bolina é presa após tentar matar moradora de rua em SP, diz polícia

A transexual Verônica Bolina, de 28 anos, foi presa suspeita de tentar matar uma moradora de rua na Liberdade, bairro no Centro de São Paulo, no domingo (1º), informou a polícia nesta quarta (4). Conhecida por ter sido espancada após morder e arrancar parte da orelha de um carcereiro em 2015, ela foi levada ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste da capital.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Verônica golpeou a cabeça da vítima com uma garrafa. A moradora de rua gritou por socorro e pessoas que estavam perto chamaram a Polícia Militar. 
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A mulher foi achada desmaiada, com ferimentos na cabeça e aparente hemorragia. Ela foi levada ao Hospital São Paulo, onde foi internada. O G1 não conseguiu descobrir o estado de saúde dela.
Os PMs que atenderam a ocorrência disseram que Verônica estava agressiva e descontrolada. Ela resistiu à prisão, mas foi contida e levada ao 8º Distrito Policial, no Brás. Lá, foi indiciada por tentativa de homicídio e resistência a prisão. Segundo a SSP, ela não informou o motivo do ataque e disse não se recordar da agressão.
Procurada pelo G1, a Defensoria Pública informou que um de seus representantes acompanhou a audiência de custódia de Verônica. Depois disso, ela foi encaminhada ao CDP 3 de Pinheiros. O órgão agora aguarda manifestação do Ministério Público (MP) no caso.
 

Detenção no sábado

Um dia antes, Verônica foi detida por resistência após uma confusão em um apartamento na Rua Augusta, no Centro.
De acordo com a polícia, ela invadiu a residência de um homem para cobrar uma suposta dívida e tentou agredi-lo com uma frigideira. Com medo, ele e um amigo fugiram e a trancaram no apartamento.
Policiais militares foram até lá e, com autorização do morador, arrombaram a porta e entraram. Segundo um dos policiais, Verônica estava armada com uma faca e aparentemente transtornada.
Ela foi detida e levada ao 78º Distrito Policial, nos Jardins, onde assinou um termo circunstanciado (uma espécie de BO para crimes menos graves) de resistência. Depois, foi liberada.
Depois, ela foi para o Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental da Vila Mariana, na Zona Sul, de onde saiu no domingo, horas antes de tentar matar a moradora de rua.
 

Outro caso

Este é a segunda tentativa de homicídio cometida por Verônica. Em 10 de abril de 2015, ela foi presa por tentar matar uma idosa em um prédio na região da Bela Vista, no Centro, e por agredir outra transexual e policiais militares.
Na ocasião, ela foi presa e levada à carceragem do 2ºDP, no Bom Retiro. Dias depois, ao ser transferida de uma cela, arrancou parte da orelha de um carcereiro a dentadas. Após o ataque, Verônica foi espancada e teve fotos suas, em que aparece desfigurada e nua, publicadas e compartilhadas em redes sociais.
Policiais do 2º DP disseram que quem bateu nela foram outros presos. Em entrevista ao G1 em maio, a transexual contou que foi torturada (assista acima). “Eu fiquei dois dias cega com spray de pimenta”, disse Verônica. “Tô totalmente fora de forma, tô cheia de cicatrizes no corpo, eu perdi uma prótese. Eu tô com o peito estourado do lado direito da mama. A pele está totalmente caída e a prótese está sendo sustentada pela pele”. A Corregedoria da Polícia Civil investiga se os agentes participaram das agressões.
Depois das agressões, ela foi enviada ao CDP de Pinheiros, onde ficou presa até maio deste ano. Na ocasião, a Justiça considerou Verônica "absolutamente inimputável" depois que laudos psiquiátricos indicarem que ela possui "transtorno de personalidade". Ou seja, pela lei ela não tinha consciência do que estava fazendo à época e, por esse motivo, não pôde responder criminalmente por seus atos. 

 

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