A Ambev diminuiu em 1,3% as vendas em volume de cerveja no Brasil nos
meses de abril a junho em relação ao mesmo período no ano passado. A
queda, segundo a companhia, foi menor que a da média da indústria de
cerveja. A fabricante de bebidas citou dados da Nielsen apontando que,
no mesmo período, a totalidade das cervejarias encolheu volumes em 2,7%.
O
lucro líquido ajustado da Ambev no segundo trimestre foi de R$ 2,141
bilhões, 2,4% menor do que no mesmo período de 2016. Segundo o relatório
da empresa, o resultado foi impactado pela desvalorização do real
brasileiro e pela geração de caixa da operação (Ebitda). O impacto
positivo foi a redução das despesas financeiras da fabricante de
bebidas. Nos primeiros seis meses do ano, o indicador recuou 12,5%,
passando de R$ 5,045 bilhões no primeiro semestre de 2016 para R$ 4,457
bilhões no mesmo período de 2017.
A
receita líquida da Ambev aumentou 4,8% no segundo trimestre,
impulsionada pelos resultados de todas as operações internacionais da
empresa: América Latina Sul (LAS) (+36,2%), América Central e Caribe
(CAC) (+6,9%) e Canadá (+1,4%). Já no Brasil, o resultado caiu 4,1%,
impactado pela queda de 4,7% no volume total de vendas.
A
Ambev considerou que o segmento de cerveja "mainstream" (que envolve as
marcas mais populares) continuou a ser pressionado por "ambientes
macroeconômicos e políticos adversos e voláteis". Já o segmento de
cervejas premium, segundo a empresa, cresceu entre 17% e 19% no
trimestre. Entre abril e junho deste ano, a Ambev registrou um volume
vendido de 17,430 milhões de hectolitros.
A piora no
mercado de cerveja contribuiu com a queda total de 4,7% nos volumes da
totalidade das bebidas vendidas pela Ambev no segundo trimestre de 2017
ante igual período do ano passado. Nos meses de abril a junho, a empresa
vendeu ao todo 22,979 milhões de hectolitros.
Com isso, a
receita líquida da Ambev no mercado brasileiro recuou 4,1% no trimestre
na comparação anual, chegando a R$ 5,325 bilhões. O Custo do Produto
Vendido (CPV) no Brasil subiu 3,8%, para R$ 2,141 bilhões.
Considerando
apenas o negócio de cerveja, a receita no trimestre chegou a R$ 4,546
bilhões, um recuo de 3,3% na comparação anual. O CPV de cerveja aumentou
5,3% no mesmo período, para R$ 1,721 bilhão.
Refrigerantes
Já
o volume de refrigerantes e outras bebidas não-alcoólicas caiu 14,1% no
segundo trimestre, chegando a 5,548 milhões de hectolitros entre abril e
junho deste ano. A Ambev afirmou que, neste mercado, seu desempenho foi
pior que a média. A empresa informou que, de acordo com a Nielsen, a
indústria de refrigerantes caiu 9,7%.
Bares próprios
A
companhia considerou que seus produtos perderam espaço para marcas de
menor preço. "Os consumidores continuaram pressionados por uma baixa
renda disponível, migrando o consumo para B brands, sucos em pó ou até
mesmo água filtrada", diz a empresa em comentário na divulgação de
resultados do trimestre.
A receita da Ambev com
refrigerantes e não-alcoólicos recuou 8,5% na comparação anual, chegando
a R$ 778,6 milhões. O CPV caiu 2,2%, para R$ 420,6 milhões.
Resultado no exterior
As
operações da Ambev em países da região chamada de América Latina Sul
(LAS) apresentaram crescimento de 8,5% no volume de bebidas vendidas no
segundo trimestre de 2017 ante o mesmo período do ano passado. De abril a
junho deste ano, a companhia comercializou 6,729 milhões de hectolitros
de bebidas nos países.
De acordo com comentário da Ambev
sobre os resultados, o desempenho na região foi impulsionado por uma
retomada na Argentina, país onde as vendas de cerveja cresceram mais de
20%, conforme a empresa. A companhia cita ainda avanços no Paraguai e no
Uruguai.
Os resultados da Ambev deixaram de consolidar as
operações de Colômbia, Peru e Equador, transferidas como resultado de um
acordo com a controladora AB Inbev. A receita líquida consolidada da
unidade de negócios teve alta de 15% ante igual período de 2016,
chegando a R$ 2,086 bilhões.
O Custo do Produto Vendido
(CPV) na região aumentou 18,3%, para R$ 861,2 milhões, enquanto o CPV
por hectolitro (CPV/hl) avançou 9%, para R$ 128. O Ebitda ajustado subiu
21,3%, para R$ 806,7 milhões, com margem de 38,7%.
C. P.
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