O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira
(4/12) projeto de lei que obriga agressor a ressarcir o Sistema Único
de Saúde por custos com vítimas de violência doméstica. A medida, que
visa aumentar o rigor da Lei Maria da Penha, também determina que
dispositivos de segurança usados no monitoramento das vítimas sejam
custeados pelo agressor. A matéria segue para o Senado.
Pelo texto, o agressor que – por ação ou omissão – causar
lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico ou dano moral e
patrimonial, fica obrigado a ressarcir todos os danos causados,
inclusive ressarcir ao cofres públicos todos os custos, de acordo com a
tabela SUS. As despesas envolvem os valores pagos pelo Estado no
tratamento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar.
Segundo os autores do projeto, os deputados Rafael Motta (PSB-RN) e
Mariana Carvalho (PSDB-RO), além de responder na esfera penal, o
agressor precisa ter sua conduta de violência contra a mulher
responsabilizada sobre os danos materiais e morais causados. “A lei
precisa deixar bem clara a responsabilidade dos agressores alcançados
pela Lei Maria da Penha em arcar com todos os prejuízos que ele causou”,
apontam.
“Esse tipo de violência quase sempre demanda a atenção integral à
saúde da vítima e a adoção de medidas protetivas. São muitos os serviços
que podem ser exigidos não só para a recuperação das lesões causadas ao
corpo, mas também para o tratamento do dano psicológico e para prevenir
que novas agressões e danos de maior gravidade ocorram”, afirmam os
parlamentares ao justificar o projeto.
“Os gastos do atendimento prestado pelo SUS, pagos com recursos
públicos, também precisam ser objeto de reparação, do contrário, quem
estará assumindo tal responsabilidade, por um ato ilícito, será a
sociedade de uma forma geral”, completam.
A deputada Erika Kokay (PT-DF), autora do substitutivo aprovado nesta
noite, incluiu ainda um trecho à lei para impedir que o ressarcimento
alcance o patrimônio da mulher agredida ou que configure atenuante em
substituição da pena aplicada.
100 Dias de Ativismo
Na sessão desta terça-feira, o plenário da Câmara também aprovou uma medida que assegura o direito à reconstrução da mama para mulheres submetidas a tratamento contra o câncer. O texto já havia sido aprovado pelos senadores e, dessa forma, segue para sanção presidencial.
As matérias fazem parte da agenda de votações de projetos pendentes dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
Neste ano, Câmara e Senado participam da campanha mundial que busca
conscientizar a população sobre os diferentes tipos de agressão contra
as meninas e mulheres.
M.

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