A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou nesta
terça-feira (3) a Proposta de Emenda à Constituição 200/19, da deputada
Tabata Amaral (PDT-SP), que insere o programa Bolsa Família na
Constituição. O Bolsa Família atende atualmente cerca de 13,5 milhões de
famílias que vivem em extrema pobreza ou estado de pobreza, com renda
per capita de até R$ 178 mensais por indivíduo. O benefício médio pago a
cada família é de R$ 189,21.
Tabata Amaral destacou que 23 dos 25 líderes partidários da Câmara
apoiaram a medida. "Neste momento de polarização, sabemos reconhecer a
importância de políticas públicas de Estado", comemorou.
"Independentemente da visão de mundo e da pessoa que está no poder, o
Bolsa Família não poderá ser questionado ou diminuído. Não poderá agora
alguém dizer que se um candidato for eleito vai acabar com o Bolsa
Família", disse.
Tabata Amaral lembrou que 3,8 milhões de crianças vivem na pobreza.
"Não estamos cegos a isso e à desigualdade que só aumenta. Enquanto
tivermos pessoas miseráveis, elas serão assistidas por nós", observou
Tabata Amaral.
A aprovação foi recomendada pelo relator, deputado Isnaldo Bulhões Jr
(MDB-AL). "A proposta reforça princípios importantes, valores e
objetivos constitucionais, tais como a dignidade da pessoa humana, a
erradicação da pobreza, a redução das desigualdades sociais e a promoção
do bem de todos", defendeu.
Críticas
A PEC também recebeu criticas de alguns deputados. A deputada Caroline
de Toni (PSL-SC) mostrou preocupação com o impacto financeiro da
proposta. "Se estamos querendo tirar o Brasil do atoleiro econômico, não
podemos tornar obrigatória uma despesa primária e constitucionalizar um
programa de transferência de renda, sob pena de novamente endividarmos o
Brasil e levarmos o país à ruína financeira", alertou.
Ela lembrou que há 700 mil famílias inscritas no cadastro que não
recebem o benefício por restrições orçamentárias. "O governo já não tem
dinheiro para pagar todo mundo. Temos de tirar as pessoas da pobreza e
dar emprego", afirmou.
Já o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) acusou o
programa de causar um ciclo de dependência para os beneficiados.
"Estamos perpetuando programas assistencialistas que deveriam ser
temporários, vinculados a uma necessidade momentânea", lamentou.
R7
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