Reunida em Belo Horizonte/MG, em 3 de dezembro de 2019, a Associação
Brasileira dos Sebrae Estaduais (ABASE) apela para que a MP 907 seja
retirada da pauta do Congresso Nacional, com o intuito de não prejudicar
os milhares de pequenos negócios espalhados pelo
Brasil, inclusive os que fazem parte da cadeia produtiva do turismo.
A Medida Provisória editada no último dia 27, que não atende aos
preceitos constitucionais de relevância e urgência, prevê o corte anual
de 18,4% no orçamento do Sebrae aplicado no fomento dos pequenos
negócios em todo o país, retirando mais de R$ 600 milhões
anuais para transformar a Embratur em agência de promoção turística
internacional.
Há mais de 20 anos, a atuação do Sebrae no segmento do turismo
brasileiro é protagonista no atendimento direto aos pequenos negócios,
por meio do incentivo ao empreendedorismo, da participação nas
discussões de políticas públicas e da realização de estudos
e pesquisas sobre o setor, fortalecendo e empoderando as governanças
locais.
São mais de 40 mil fornecedores registrados no Cadastro Nacional dos
Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), sendo 95% deles
microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas (MPE).
A Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc)
reforça a importância dos pequenos empreendimentos, que correspondem a
76,8% do segmento.
Em 2019, até o momento, o Sebrae realizou 367.664 atendimentos
(consultorias, oficinas, seminários, cursos) e empenhou R$ 291,5 milhões
apenas no setor do turismo (biênio 2019/2020). Os recursos destinados
ao Sebrae são privados e aplicados exclusivamente na
defesa e no fortalecimento das MPE, que somam 98% dos negócios
brasileiros e criaram mais de 752 mil empregos formais este ano. Logo, a
retirada de recursos proposta pela MP impacta diretamente nesses
atendimentos.
Considerando o predomínio dos pequenos negócios na economia nacional e a
força do Sebrae no apoio e desenvolvimento dos empreendedores nos mais
diversos segmentos, a edição desta MP causa estranheza. Retirar os
recursos do Sebrae significa retirar dinheiro
do artesanato, da gastronomia, dos meios de hospedagens, dos produtores
rurais, das startups, do trade turístico, da inovação, do comércio, dos
bares e restaurantes, dos prestadores de serviços e das pequenas
indústrias.
A ABASE apoia a necessidade de promover o turismo, mas discorda
totalmente que isso seja feito em detrimento do desenvolvimento e da
estruturação desse setor no Brasil.
Belo Horizonte, 3 de dezembro de 2019.
Associação Brasileira dos Sebrae Estaduais (ABASE)
Nenhum comentário:
Postar um comentário